terça-feira, 15 de maio de 2012
OBI O FRUTO SAGRADO DOS ORIXÁS
Segundo um antigo dizer da Bahia, “quem planta obi não colhe”, esta era uma forma de expressar os longos anos que uma árvore leva para frutificar. Então os velhos sacerdotes da Bahia ensinaram que uma criança é que deveria plantar o obi, e este ritual é rigorosamente obedecido por todos aqueles que pretendem viver para colher a fruta. (...)
Obi é um fruto sagrado e insubstituível, sem o qual não se faz nenhuma obrigação, nenhuma confirmação de que os Orixás aceitaram as oferendas. A resposta de afirmação do obi é fundamental para que os ritos possam continuar. O obi de quatro gomos, o único que deve ser ofertado aos Orixás, chama-se obi abata.
Cada fruto é composto de dois casais, separam-se os gomos excedentes e dividem-se em comunhão com todos os presentes ou oferecem-nos a Exu.
Os gomos são delineados pela natureza, portanto não pode haver nenhum tipo de intervenção, sobretudo de faca, para dividir o obi. Apenas nos rituais de Xangô o obi dever ser substituído pelo orobô. O obi deve ser jogado sobre a água, em pratos brancos ou diretamente no chão.
Seus gomos devem ser jogados de uma só vez, ou seja, simultaneamente.
Não se pode manipular os gomos, nem jogar os que caíram fechados sozinhos. Se a caída não for favorável, deve-se lançar todos os gomos novamente. Só uma caída autoriza de imediato a continuidade dos ritos ou confirma a aceitação. Quando todos os gomos do obi caem abertos, isto é, com sua parte interna para cima, é o sinal de que os Orixás abençoaram e/ou aceitaram o rito.
O USO DO OROBO
Orogbo (Garcinia Kola - Amarga), Fruto quente relativo à morte, no entanto propicia felicidade, alegria e saúde no Igbori ou como oferta a qualquer outro Orisa,principalmente Obaluwaiye, Shango, Ogun, Egungun. No caso de Sango e os Egungun é utilizado o Orogbo em vez do obi. O orogbo ou Obi são também usados para dar forças às palavras em forma de um Afoshè que deve ser mastigado juntamente com Ataarê, esse Afoshè fornece força às palavras que saem da boca nos momentos de invocações, exaltação, orações, canções e pedidos e etc.
SIMBOLOGIA DO ALGUIDAR OU OBERÓ
O ALGUIDAR OU OBERÓ SIMBOLIZA A TERRA ,ANTIGAMENTE AS OFERENDAS ERAM
FEITAS, OU SEJA ARRIADAS DIRETAMENTE NA TERRA , COM A EVOLUÇÃO DOS
TEMPOS VEIO O CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO DAS CIDADES E CONSTRUÇÕES HOJE EM
DIA RARAMENTE TEMOS UMA ÁREA OU QUINTAL DE TERRA OU SEJA HOJE A GRANDE PARTE DOS TERRENOS ESTÃO URBANIZADOS COM CALÇADAS ACIMENTADAS QUINTAIS ACIMENTADOS E ETC COM ISSO USAMOS O ALGUIDAR COMO SÍMBOLO
DA TERRA OU SEJA A LIGAÇÃO DA OFERENDA COM A TERRA .
sexta-feira, 27 de abril de 2012
ERVAS : OMULÚ / ABALUAÊ
Agoniada:
Faz parte de todas as obrigações do deus das endemias e epidemias. Utilizada no
ebori, nas lavagens de contas e na iniciação. Esta erva purifica os
filhos-de-santo, deixando-os livres de fluidos negativos. Na medicina popular, a
mesma é usada para corrigir o fluxo menstrual e combate asma.
Alamanda:
Não é utilizada em obrigações, sendo empregada somente em banhos de descarrego.
Na medicina caseira ela é usada para tratar doenças da pele: sarna (coceiras),
eczema e furúnculos. Para usar é necessário que se cozinhe as folhas, e coloque
chá de folhas sobre a doença.
Alfavaca-roxa:
Empregada em todas as obrigações de cabeça e nos abô dos filhos deste orixá.
Muito usada em banhos de limpeza ou descarrego. A medicina caseira usa seu chá
em cozimento, para emagrecer.
Alfazema :
Empregada em todas as obrigações de cabeça. É aplicada nas defumações de
limpeza, usada também na magia amorosa em forma de perfume. A medicina popular
dita grandes elogios a esta erva, pois ela é excelente excitante e
anti-espasmódico. É usada, também, como reguladora da menstruação. Somente é
aplicada como chá.
Babosa:
Muito usada em rituais de Umbanda, mais especificamente em defumações pessoais.
Para que se faça a defumação, é necessário queimar suas folhas depois de secas.
Isso leva um certo tempo, devido a gosma abundante que há na babosa. A defumação
é feita após o banho de descarrego. Para a medicina caseira sua gosma é de
grande eficácia nos abcessos ou tumores, além de muitas outras aplicações.
Araticum-de-areia
– Malolô: Liturgicamente, os bantos a usam nos banhos de
descarrego, em mistura de outra erva. A medicina caseira indica a polpa dos
frutos para resolver tumores e o cozimento das folhas no tratamento do
reumatismo.
Arrebenta
cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes
do pescoço para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair
simpatia. Não é usada na medicina caseira.
Assa-peixe:
Usada em banhos de limpeza e nos ebori. Na medicina popular ela é aplicada nas
afecções do aparelho respiratório em forma de xarope.
Musgo:
Aplicada em todas as obrigações de cabeça referentes a qualquer orixá. A
medicina caseira aconselha a aplicação do suco no combate às hemorróidas (uso
tópico).
Beldroega:
Usada nas purificações das pedras de orixá e, principalmente as de Exu. O povo
usa suas folhas socadas para apressar a cicatrização das feridas, colocando-as
por cima.
Canena
Coirana: Vegetal de excelente aplicação litúrgica, pois entra em
todas as obrigações. O povo a tem como excelente estimulante do fígado.
Capixingui:
Empregada em todas as obrigações de cabeça, nos abô, nos banhos de purificação e
limpeza e, também nos sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons
efeitos no reumatismo e no artritismo e nos sacudimentos. O povo afirma que o
capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo nos sacudimentos. O
povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no artritismo nos
sacudimentos. O povo afirma que o capixingui tem bons efeitos no reumatismo e no
artritismo (reumatismo articular) utilizado em banhos, mais ou menos quentes,
colocando-se nas juntas doloridas.
Cipó-chumbo:
Sem uso na liturgia, porém muito prestigiada na medicina popular, como xarope
debela tosses e bronquites; seu chá é muito eficaz no combate a diarreias
sanguinolentas e à icterícia; seco e reduzido a pó, cicatriza feridas
rebeldes.
Carobinha
do Campo: Em alguns terreiros essa planta faz parte do ariaxé. A
medicina caseira indica o chá de suas folhas para combate coceiras no corpo e,
principalmente coceira nas partes genitais.
Cordão
de Frade: É aplicada somente em banhos de limpeza e descarrego dos
filhos deste orixá. O povo a indica para a cura da asma, histerismo e
pacificador dos nervos. Também combate a insónia.
Cebola
do mato: Sem uso ritualístico. A medicina caseira afirma que o
cozimento de suas folhas apressa a cicatrização de feridas rebeldes.
Celidônia
maior: Não possui uso ritualístico. É indicada pela medicina
caseira como excelente medicamento nas doenças dos olhos, usando a água do
cozimento da planta para banhá-los. Seu chá também é de grande eficácia para
banhar o rosto e dar fim às manchas e panos branco.
Coentro:
Muito aplicada como adubo ou condimento nas comidas do orixá, principalmente na
carne e no peixe. Não é empregada nas obrigações ritualísticas. A medicina
caseira indica esta erva como reguladora das funções digestivas e eliminadora de
gases intestinais.
Cotieira: Não
sabemos ao certo se esta erva tem aplicação ritualística. Na medicina caseira
ela é estritamente de uso veterinário. Muito aplicada em cães para purgar e
purificar feridas.
Erva-Moura:
Esta erva faz parte dos banhos de limpeza e purificação dos filhos do orixá. Seu
uso popular é como calmante, em doses de uma xícara das de café, duas a três
vezes ao dia. Essa dose não deve ser aumentada, de modo algum, pois em grande
quantidade prejudica. As folhas tiradas do pé, depois de socadas, curam úlceras
e feridas.
Estoraque
Brasileiro: Sua resina é colhida e reduzida a pó. Este pó,
misturado com benjoim, é usado em defumações pessoais. Essa defumação destina-se
a arrancar males. O povo aconselha o pó desta no tratamento das feridas rebeldes
ou ulcerações, colocando o mesmo sobre as lesões.
Figo
Benjamim: Erva muito usada na purificação de pedras ou ferramentas
e na preparação do fetiche de Exu. Empregada, também, em banhos fortes para pôr
fim a padecimentos de pessoa que esteja sofrendo obsidiação ou obsessão. O povo
aplica o cozimento das folhas para tratar feridas rebeldes, e banhos para curar
o reumatismo.
Hortelã
brava: Empregada em obrigações de ori, nos abô e nos banhos de
purificação dos filhos deste orixá. No uso caseiro é utilizada para combater o
veneno de cobras, lacraus e escorpiões. É eficaz contra gases intestinais, dores
de cabeça e como diurético. É perfeita curadora de coceiras rebeldes e tiro
acertado nos catarros pulmonares, asma e tosse nervosa, rebelde.
Guararema:
Em terreiros de Umbanda e Candomblé ela é aplicada em banhos fortes e nos
descarregos. Os galhos da erva são usados em sacudimentos domiciliares. Os
banhos fortes a que nos referimos são aplicados em encruzilhadas – na
encruzilhada em que se tomar o banho arria-se um mi-ami-ami, oferecido a Exu. E
deve ser feito em uma encruzilhada tranquila. É um banho de efeitos
surpreendentes. Na medicina caseira esta erva é utilizada para exterminar
abcessos, tumores, socando-se bem as folhas e colocando-as sobre a tumorização.
O cozimento das folhas é eficaz no tratamento do reumatismo. Em banhos quentes e
demorados, de igual sorte também cura hemorróidas.
Jenipapo:
As folhas servem para banhos de descarrego e limpeza. A medicina caseira aplica
o cozimento das cascas no tratamento das úlceras, o caldo dos frutos é
combatente de hidropisia.
Jurubeba:
Somente usada em obrigações com objectivo de descarrego e limpeza. Suas folhas e
frutos permitem o bom funcionamento do fígado e baço, garante a sabedoria
popular. Debela e previne hepatite com ou sem edemas.
Mangue
Cebola: É usado apenas em sacudimentos domiciliares, utilizando o
fruto, a cebola. Procede-se assim: corta-se a cebola em pedaços miúdos e,
cantando-se para Exu, espalha-se pela casa, nos recantos, e sob os móveis. O
povo usa a cebola, fruto do mangue, esmagada sobre feridas rebeldes.
Mangue
vermelho: Usa-se apenas as folhas, em banhos de descarrego. O povo
a indica como excelente adstringente que possui alto teor de tanino. Muito
eficaz no tratamento das úlceras e feridas rebeldes, aplicando o cozimento das
folhas em compressas ou banhando a parte lesada.
Manjericão-roxo:
Empregado nas obrigações de ori dos filhos pertencentes ao orixá das endemias.
Colhido e seco, sua folha previne contra raios e coriscos em dias de
tempestades, usando o defumador. Também é usada como purificador de ambiente.
Não possui uso na medicina popular.
Panacéia:
Entra nas obrigações de ori e banhos de descarrego ou limpeza. O povo a aponta
como poderoso diurético e de grande eficácia no combate à sífilis, usando-se o
chá. É indicada também no tratamento das doenças de pele, darros, eczemas e
ainda debela o reumatismo, quando usada em banhos.
Picão
da praia: Apenas na Bahia ouvimos falar que esta planta pertence a
Obaluaiê. Não conhecemos seu uso ritualístico. A medicina popular dá-lhe muito
prestígio como diurético e eficaz nos males da bexiga. Usada como chá.
Piteira
imperial: Seu uso se limita às defumações pessoais, que são feitas
após o banho. A medicina popular utiliza as folhas verdes, em cozimento, para
lavar feridas rebeldes, aproximando a cura ou cicatrização.
Quitoco:
Usada em banhos de descarrego ou limpeza. Para a medicina popular esta erva
resolve males do estômago, tumores e abcessos. Internamente é usado o chá, nos
tumores aplica-se as folhas socadas. Muito utilizada nas doenças de
senhoras.
Sabugueiro:
Não possui uso ritualístico. É decisiva no tratamento das doenças eruptivas:
sarampo, catapora e escarlatina. O cozimento das flores é excelente para a
brotação do sarampo.
Sumaré:
Não tem aplicação ritualística ou obrigações litúrgicas. Porém possui grande
prestígio popular, devido ao seu valor curativo, promovendo com espantosa
rapidez a abertura de tumores de qualquer natureza, pondo fim às inflamações. É
empregado contra furúnculos, panarícios e erisipelas, regenerando o tecido
atacado por inflamações de qualquer origem.
Trombeteira
branca: Não possui nenhuma aplicação nas obrigações de cabeça.
Apenas é usada nos banhos de limpeza dos filhos do orixá da varíola. Seu uso na
medicina popular é pouco frequente. Aplica-se apenas nos casos de asma e
bronquite.
Urtiga-mamão:
Aplicada em banhos fortes, somente em casos de invasão de eguns. O banho
emprega-se do pescoço para baixo. Esse banho destrói larvas astrais e afasta
influências perniciosas. O povo indica esta erva na cura de erisipela, usando um
algodão embebido do leite da planta. O chá de suas folhas debela males dos
rins.
Velame
do campo: Vegetal utilizado em todas as obrigações principais:
ebori, simples ou completo. Indispensável na feitura de santo e nos abô dos
filhos do orixá. Na medicina caseira o velame é utilizado como anti-sifilítico e
anti-reumático.
Velame
verdadeiro: Possui plena aplicação em quaisquer obrigações de
cabeça e nos abô. Usada também nos sacudimentos. A medicina do povo afirma ser
superior a todos os depurativos existentes, além de energético curador das
doenças da pele.
AS ERVAS : EXÚ
Amendoeira:
Seus galhos são usados nos locais em que o homem exerce suas actividades
lucrativas. Na medicina caseira, seus frutos são comestíveis, porém em grandes
quantidades causam diarreia de sangue. Das sementes fabrica-se o óleo de
amêndoas, muito usado para fazer sabonetes por ter efeitos emolientes, além de
amaciar a pele.
Amoreira:
Planta que armazena fluidos negativos e os solta ao entardecer; é usada pelos
sacerdotes no culto a Eguns. Na medicina caseira, é usada para debelar as
inflamações da boca e garganta.
Angelim
– amargoso: Muito usado em marcenaria, por tratar-se de madeira de
lei. Nos rituais, suas folhas e flores são utilizadas nos abô dos filhos de
Nanã, e as cascas são utilizadas em banhos fortes com a finalidade de destruir
os fluidos negativos que possa haver, realizando um excelente descarrego nos
filhos de Exu. A medicina caseira indica o pó de suas sementes contra vermes.
Mas cuidado! Deve ser usada em doses pequenas.
Aroeira: Nos
terreiros de Candomblé este vegetal pertence a Exu e tem aplicação nas
obrigações de cabeça, nos sacudimentos, nos banhos fortes de descarrego e nas
purificações de pedras. É usada como adstringente na medicina caseira, apressa a
cura de feridas e úlceras, e resolve casos de inflamações do aparelho genital.
Também é de grande eficácia nas lavagens genitais.
Arrebenta
Cavalo: No uso ritualístico esta erva é empregada em banhos fortes
do pescoço para baixo, em hora aberta. É também usado em magias para atrair
simpatia. Não é usada na medicina caseira.
Arruda:
Planta aromática usada nos rituais porque Exu a indica contra maus fluidos e
olho-grande. Suas folhas miúdas são aplicadas nos bori, banhos de limpeza ou
descarrego, o que é fácil de perceber, pois se o ambiente estiver realmente
carregado a arruda morre. Ela é também usada como amuleto para proteger do
mau-olhado. Seu uso restringe-se à Umbanda. Em seu uso caseiro é aplicada contra
a verminose e reumatismos, além de seu sumo curar feridas.
Avelós
– Figueira-do-diabo: Seu uso se restringe a purificação das pedras
do orixá antes de serem levadas ao assentamento; é usada socada. A medicina
caseira indica esta erva para combater úlceras e resolver tumores.
Azevinho:
Muito utilizada na magia branca ou negra, ela é empregada nos pactos com
entidades. Não é usada na medicina popular.
Bardana:
Aplicada nos banhos fortes, para livrar o sacerdote das ondas negativas e eguns.
O povo utiliza sua raiz cozida no tratamento de sarnas, tumores e doenças
venéreas.
Beladona:
Nas cerimónias litúrgicas só tem emprego nos sacudimentos domiciliares ou de
locais onde o homem exerça actividades lucrativas. Trabalhos feitos com os
galhos desta planta também provocam grande poder de atracção. Pouco usada pelo
povo devido ao alto princípio activo que nela existe. Este princípio dilata a
pupila e diminui as secreções sudorais, salivares, pancreáticas e lácteas.
Beldroega:
Usada na purificação das pedras de Exu. O povo utiliza suas folhas, socadas,
para apressar cicatrizações de feridas.
Brinco-de-princesa:
É planta sagrada de Exu. Seu uso se restringe a banhos fortes para proteger os
filhos deste orixá. Não possui uso popular.
Cabeça-de-nego:
No ritual a rama é empregada nos banhos de limpeza e o bolbo nos banhos fortes
de descarrego. Esta batata combate reumatismo, menstruações difíceis, flores
brancas e inflamações vaginais e uterinas.
Cajueiro:
Suas folhas são utilizadas pelo axogun para o sacrifício ritual de animais
quadrúpedes. Em seu uso caseiro, ele combate corrimentos e flores brancas. Põe
fim a diabetes. Cozinhar as cascas em um litro e meio de água por cinco minutos
e depois fazer gargarejos põe fim ao mau hálito.
Cana-de-açúcar:
Suas folhas secas e bagaços são usados em defumações para purificar o ambiente
antes dos trabalhos ritualísticos, pois essa defumação destrói eguns. Não possui
uso na medicina caseira.
Cardo-santo:
Essa planta afugenta os males, propicia o aparecimento do perdido e faz cair os
vermes do corpo dos animais. Na medicina caseira suas folhas são empregadas em
oftalmias crónicas, enquanto as raízes e hastes são empregadas contra
inflamações da bexiga.
Catingueira:
É muito empregada nos banhos de descarrego. Seu sumo serve para fazer a
purificação das pedras. Entretanto, não deve fazer parte do axé de Exu onde se
depositam pequenos pedaços dos axé das aves ou bichos de quatro patas. Na
medicina caseira ela é indicada para menstruações difíceis.
Cebola-cencém:
Essa cebola é de Exu e nos rituais seu bolbo é usado para os sacudimentos
domiciliares. É empregada da seguinte maneira: corta-se a cebola em pedaços
miúdos e, sob os cânticos de Exu, espalha-se pelos cantos dos cómodos e em baixo
dos móveis; a seguir, entoe o canto de Ogum e despache para Exu. Este trabalho
auxilia na descoberta de falsidades e objectos perdidos. O povo utiliza suas
folhas cozidas como emoliente.
Cunanã:
Seu uso restringe-se aos banhos de descarrego e limpeza. Substituiu em parte, os
sacrifícios a Exu. A medicina caseira indica os galhos novos desta planta para
curar úlceras.
Erva-preá:
Empregada nos banhos de limpeza descarrega sacudimentos pessoais e domiciliares.
O povo usa o chá desta erva como aromatizante e excitante. Banhos quentes deste
chá melhoram as dores nas articulações, causadas pelo artritismo.
Facheiro-Preto:
Aplicada somente nos banhos fortes de limpeza e descarrego. Na medicina caseira,
ela é utilizada nas afecções renais e nas diarreias.
Fedegoso
Crista-de-galo: Esta erva é utilizada em banhos fortes, de
descarrego, pois é eficaz na destruição de Eguns e causadores de enfermidades e
doenças. Seus galhos envolvem os ebó de defesa. Com flores e sementes desta
planta é feito um pó, o qual é aplicado sobre as pessoas e em locais; é
denominado “o pó que faz bem”. Na medicina caseira actua com excelente regulador
feminino. Além de agir com grande eficácia sobre erisipelas e males do fígado. É
usada pelo povo, fazendo o chá com toda erva e bebendo a cada duas horas uma
xícara.
Fedegoso:
Misturada a outras ervas pertencentes a Exu, o fedegoso realiza os sacudimentos
domiciliares. É de grande utilidade para limpar o solo onde foram riscados os
pontos de Exu e locais de despacho pertencentes ao deus da liberdade.
Figo
Benjamim: Erva usada na purificação de pedras ou ferramentas e na
preparação do fetiche de Exu. É empregada também em banhos fortes nas pessoas
obsidianas. No uso popular, suas folhas são cozidas para tratar feridas rebeldes
e debelar o reumatismo.
Figo
do Inferno: Somente as folhas pertencentes a este vegetal são de
Exu. Na liturgia, ela é o ponto de concentração de Exu. Não possui uso na
medicina popular.
Folha
da Fortuna: É empregada em todas as obrigações de cabeça, em
banhos de limpeza ou descarrego e nos abôs de quaisquer filhos-de-santo. Na
medicina caseira é consagrada por sua eficácia, curando cortes, acelerando a
cura nas cicatrizações, contusões e escoriações, usando as folhas socadas sobre
os ferimentos. O suco desta erva puro ou misturado ao leite, ameniza as
consequências de tombos e quedas.
Juá
– Juazeiro: É usada para complementar banho forte e raramente está
incluída nos banhos de limpeza e descarrego. Seus galhos são usados para cobrir
o ebó de defesa. A medicina caseira a indica nas doenças do peito, nos
ferimentos e contusões, aplicando as cascas, por natureza, amargas.
Jurema
Preta: Tanto na Umbanda quanto no Candomblé, a Jurema Preta é
usada nos banhos de descarrego e nos ebó de defesa. O povo a indica no combate a
úlceras e cancros, usando o chá das cascas.
Jurubeba: Utilizada
em banhos preparatórios de filhos recolhidos ao ariaxé. Na medicina caseira, o
chá de suas folhas e frutos propiciam um melhor funcionamento do baço e fígado.
É poderoso desobstruíste e tónico, além de prevenir e debelar hepatites. Banho
de assentos mornos com essa erva propiciam melhores às articulações das
pernas.
Lanterna
Chinesa: Utilizada em banhos fortes para descarregar os filhos
atacados por eguns. Suas flores enfeitam a casa de Exu. Popularmente, é usada
como adstringente e a infusão das flores é indicada para inflamação dos
olhos.
Laranjeira
do Mato: Seu uso se restringe a banhos fortes, de limpeza e
descarrego. Na medicina caseira ela actua com grande eficácia sobre as cólicas
abdominais e também menstruais.
Mamão
Bravo: Planta utilizada nos banhos de limpeza descarrega e nos
banhos fortes. Além de ser muito empregada nos ebó de defesa, sendo substituída
de três em três dias, porque o orixá exige que a erva esteja sempre nova. O povo
a utiliza para curar feridas.
Maminha
de Porca: Somente seus galhos são usados no ritual e em
sacudimentos domiciliares. O povo a indica como restaurador orgânico e
tonificador do organismo. Sua casca cozida tem grande eficácia sobre as
mordeduras de cobra.
Mamona:
Suas folhas servem como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes
socadas vão servir para purificar o otá de Exu. Não tem uso na medicina
popular.
Mangue
Cebola: No ritual, a cebola é usada nos sacudimentos domiciliares.
Corte a cebola em pedaços miúdos e, entoando em voz alta o canto de Exu, a
espalhe pela casa, nos cantos e sob os móveis. Na medicina caseira, a cebola do
mangue esmagada cura feridas rebeldes.
Mangueira:
É aplicada nos banhos fortes e nas obrigações de ori, misturada com aroeira,
pinhão-roxo, cajueiro e vassourinha-de-relógio, do pescoço para baixo. Ao
terminar, vista uma roupa limpa. As folhas servem para cobrir o terreiro em dias
de abaçá. Na medicina caseira é indicada para debelar diarreias rebeldes e asma.
O cozimento das folhas, em lavagens vaginais, põe fim ao corrimento.
Manjerioba:
Utilizada nos banhos fortes, nos descarregos, nas limpezas pessoais e
domiciliares e nos sacudimentos pessoais, sempre do pescoço para baixo. O povo a
indica como regulador menstrual, beneficiando os órgãos genitais. Utiliza-se o
chá em cozimento.
Maria
Mole: Aplicada nos banhos de limpeza e descarrego, muito
procurada para sacudimentos domiciliares. O povo a indica em cozimento nas
dispepsias e como excelente adstringente.
Mata
Cabras: Muito utilizado para afugentar eguns e destruir larvas
astrais. As pessoas que a usam não devem tocá-la sem cobrir as mãos com pano ou
papel, para depois despachá-la na encruzilhada. O povo indica o cozimento de
suas folhas e caules para tirar dores dos pés e pernas, com banho morno.
Mata
Pasto: Seus galhos são muito utilizados nos banhos de limpeza,
descarrego, nos sacudimentos pessoais e domiciliares. O povo a indica contra
febres malignas e incómodos digestivos.
Mussambê
de Cinco Folhas: Obs.: Sejam eles de sete, cinco, ou três folhas,
todos possuem o mesmo efeito, tanto nos trabalhos rituais, quanto na medicina
caseira. Esta erva é utilizada por seus efeitos positivos e por serem bem
aceitas por Exu no ritual de boas vindas. Na medicina caseira é excelente para
curar feridas.
Ora-pro-nobis:
É erva integrante do banho forte. Usada nos banhos de descarrego e limpeza. É
destruidora de eguns e larvas negativas, além de entrar nos assentamentos dos
mensageiros Exus. No uso caseiro, suas folhas actuam como emolientes.
Palmeira
Africana: Suas folhas são aplicadas nos banhos de descarrego ou de
limpeza. Não possui uso na medicina caseira.
Pau-d’alho:
Os galhos dessa erva são utilizados nos sacudimentos domiciliares e em banhos
fortes, feitos nas encruzilhadas, misturadas com aroeira, pinhão branco ou roxo.
Na encruzilhada em que tomar o banho, arreie um mi-ami-ami, oferecido a Exu, de
preferência em uma encruzilhada tranquila. Na medicina caseira ela é usada para
exterminar abcessos e tumores. Usa-se socando bem as folhas e colocando-as sobre
os tumores. O cozimento de suas folhas, em banhos quentes e demorados, é
excelente para o reumatismo e hemorróidas.
Picão
da Praia: Não possui uso ritualístico. A medicina caseira o indica
como diurético e de grande eficácia nos males da bexiga. Para isso utilize-o sob
a forma de chá.
Pimenta
Darda: Aplicada em banhos fortes e nos assentamentos de Exu. Na
medicina caseira, suas sementes em infusão são anti-helmínticas, destruindo até
ameba.
Pinhão
Branco: Aplicada em banhos fortes misturadas com aroeira. Esta
planta possui o grande valor de quebrar encantos e em algumas ocasiões substitui
o sacrifício de Exu. Suas sementes são usadas pelo povo como purgativo. O leite
encontrado por dentro dos galhos é de grande eficácia colocado sobre a
erisipela. Porém, deve-se Ter cuidado, pois esse leite contém uma terrível nódoa
que inutiliza as roupas.
Pinhão
Coral: Erva integrante nos banhos fortes e usadas nos de limpeza e
descarrego e nos ebó de defesa. Na medicina caseira o pinhão coral trata
feridas rebeldes e úlceras malignas.
Pinhão
Roxo: No ritual tem as mesmas aplicações descritas para o pinhão
branco. É poderoso nos banhos de limpeza e descarrego, e também nos sacudimentos
domiciliares, usando-se os galhos. Não possui uso na medicina popular.
Pixirica
– Tapixirica: No ritual faz parte do axé de Exu e Egun. Dela se
faz um excelente pó de mudança que propicia a solução de problemas. O pó feito
de suas folhas é usado na magia maléfica. Na medicina caseira ela é indicada
para as palpitações do coração, para a melhoria do aparelho genital feminino e
nas doenças das vias urinárias.
Quixambeira:
É aplicada em banhos de descarrego e limpeza para a destruição de eguns e ao pé
desta planta são arriadas obrigações a Exu e a Egun. Na medicina caseira, com
suas cascas em cozimento, actua como energético adstringente. Lavando as
feridas, ela apressa a cicatrização.
Tajujá
– Tayuya: É usada em banhos fortes, de limpeza ou descarrego. A
rama do tajujá é utilizada para circundar o ebó de defesa. O povo a indica como
forte purgativo.
Tamiaranga:
É destinada aos banhos fortes, banhos de descarrego e limpeza. É usada nos ebó
de defesa. O povo a indica para tratar úlceras e feridas malignas.
Tintureira:
Utilizada nos banhos fortes, de limpeza ou descarrego. Bem próximo ao seu tronco
são arriadas as obrigações destinadas a Exu. O povo utiliza o cozimento de suas
folhas como um energético desinflamatório.
Tiririca:
Esta plantinha de escasso crescimento apresenta umas pequeninas batatas
aromáticas. Estas são levadas ao fogo e, em seguida, reduzida a pó, o qual
funciona como pó de mudança no ritual. Serve para desocupar casas e, colocadas
em baixo da língua, desodoriza o hálito e afasta eguns.
Urtiga-branca:
É empregada nos banhos fortes, nos de descarrego e limpeza e nos ebó de defesa.
Faz parte nos assentamentos. O povo a indica contra as hemorragias pulmonares e
brônquicas.
Urtiga
Vermelha: Participa em quase todas as preparações do ritual, pois
entra nos banhos fortes, de descarrego e limpeza. É axé dos assentamentos de Exu
e utilizada nos ebó de defesa. Esta planta socada e reduzida a pó, produz um pó
benfazejo. O povo indica o cozimento das raízes e folhas em chá como
diurético.
Vassourinha
de Botão: Muito empregada nos sacudimentos pessoais e
domiciliares. Não possui uso na medicina popular.
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